"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver” Amyr Klink

terça-feira, 18 de abril de 2017

Porto Alegre abr17


Um evento sobre Fintech (segmento das startups que criam inovações na área de serviços financeiros, com processos baseados em tecnologia) em Porto Alegre estava programado para quarta-feira, fui acompanhando a previsão pra ver se a probabilidade de dilúvio era grande, e não era... então, nada como um bom motivo para pegar estrada. De Blumenau a Poa são 600km indo pelo litoral, rápido e seguro, mas, como eu já iria perder a terça com o deslocamento resolvi ir novamente pela serra pegando um trecho de estrada ainda não percorrido, e também um de terra pra variar.

Saí as 7h30 de casa para aproveitar o menor trânsito pela BR470, sentido Lages. Trecho já muito conhecido, sem novidades, só mesmo muita atenção pois tem muito motorista imprudente se atravessando no caminho.

Na divisa de SC com RS, Rio Pelotas, acho muito lindo aquele lugar, sempre paro para uma nova foto. Lógico que chovia, ali  bem fraco, mas... se for pra não se molhar nem saio de moto...

Rio Socorro que deságua no Rio Pelotas



Segui até Vacaria, já no RS, onde parei para almoçar em um restaurante bem na entrada da BR285, caminho novo que fiz. Comi um meio filé a parmegiana, que estava bem gostoso. Quando terminei chegou um grupo de motos, de vários tipos, vindos de Goiás, estavam de passagem indo pra Gramado. Batemos um papo e depois segui meu caminho.


Esse é o trecho novo que nunca tinha feito, de Vacaria normalmente descia pela Serra de São Marcos ou por Flores da Cunha sentido Caxias do Sul. Mas dessa vez entrei na BR285 e fui para Bom Jesus e depois dali para São Francisco de Paula.


A estrada passa pelo Campos de Cima da Serra, um planalto, muito bonito, com vistas amplas de serras e muito verde cortado pelos pastos da região.

Gavião, um dos maiores que vi até hoje no sul



Estradas em boas condições.


Depois da BR285 entrei na RS110 sentido São Francisco de Paula, ali tem um entrocamento chamado Várzea do Cedro. Aí começou a engronha hehe
Nesse entroncamento tinha uma placa dizendo: São Francisco de Paula, caminho secundário por terra, analisei o combustível e vi que iria ficar bem na estica então resolvi ir primeiro num posto, problema é que ficava 15km dali... além disso aquele trecho estava em obras de asfaltamento com duas interrupções. Mesmo assim fui, até o local de Tainhas, abasteci e voltei.


Logo que entrei na estrada uns 3km a frente vi uns caminhões fazendo obra na pista, revirando tudo. Perguntei como estava a estrada, um me respondeu que muito ruim que não daria pra passar, outro disse que de moto passava, mesmo moto grande. Resolvi arriscar...


Mais uma centena de metros e a pista ficou um terror, onde passou a máquina estava terra fofa, com pedras, do lado um monte complicado e um pequeno trecho transitável em alguns pontos somente.
Sozinho sem chance, pois imaginei que piorasse a frente, desisti. já tombei a monstra tentando atravessar o monte de terra, levantei até que tranquilamente, mas esqueci de tirar uma foto dela quase de cabeça pra baixo... único estrago foi um amassado no bauleto lateral pois fez ali uma alavanca com uma pedra grande... cicatriz.



Voltei pro asfalto e novamente nas obras, mas até que foi tranquilo, apesar da frustração de não ter feito a terra, coxinha...


Caraca, meu espanto foi na RS020, já conhecida, uma estrada com muitas curvas, sem acostamento, descidas e subidas, e o pessoal por lá anda a 100 km/h, cada ultrapassagem que dá até dor no estômago, inacreditável como não se matam o tempo todo... tenso!


Cheguei em Poa já escurecendo, hotel no centro, Master Express da Don Pedro, muito bom, recomendo. Estacionamento no mesmo prédio, quartos novos amplos e confortáveis, preço justo.

Transito, claro !

Um banho e fui direto encontrar o amigo Júnior (palestrante do evento) para tomarmos umas cervejas artesanais. Fomos no Armazém Água de Beber que fica bem no centro. Já conhecia, ambiente bem legal, petiscos muito bons e uma ampla variedade de cervejas. As que mais tomei foram uma da casa, uma Stout (puxando leve pra chocolate) e uma Golden Strong da Dominato de Porto Alegre, boa demais essa.


Na quarta foi dia do evento, o almoço foi na espetacular Galeteria Di Paolo, comi muito !


A noite fomos numa outra cervejaria, a Perro Libre, sensacional. Um sistema bem diferente de atendimento: você carrega um cartão com o valor que quiser, depois vai até as torneiras, passa o cartão e enche o quanto quer o copo, é debitado o que foi consumido. Muito bom, são uns 7 tipos diferentes, IPA, Seasons, Larger, pra tudo que é gosto. A comida são tapas latinos (ceviche, lomo saltado, empanadas etc) tudo muito gostoso.


Quinta peguei estrada cedo, 6h30 toquei pela free way sentido litoral. Parei pra tomar um café num quiosque que servia pastel, pastel de cordeiro, muito bom !



Osório, usinas eólicas

Hora do almoço, restaurante Sombrero em Biguaçu, já perto de casa... um camarãozinho na beira do mar, por que ninguém é de ferro né.



Tirando as 11h da ida, o trecho de terra que não consegui fazer, o tombo da gorda, o resto como sempre foi muito bom.

Ah, e antes que alguém comente, sim ! Eu sou daqueles que vive para comer... só não estou com fome quando estou com sono...

Até a próxima !

sexta-feira, 7 de abril de 2017

JR, o retorno


O amigo JR estava de retorno da sua viagem pro Atacama. Fez com seu irmão de Porto Alegre mais de 10mil km indo ao Atacama e retornando por Santiago, Mendoza.

Como era uma sexta dei uma escapada da empresa pra encontrar ele na BR101, ali no trevo de Navegantes.



Chegando fiquei embaixo do viaduto, além de ser um dos únicos locais pra estacionar já tinha visto uma nuvem bem carregada. Da série: se não é pra se molhar nem saio de moto... caiu água logo em seguida.
Nesse meio tempo parou um senhor dali do litoral com essa motona aí em baixo. Pensa nisso andando na BR. 49cc, 4 marchas, partida elétrica, até que bem legal pra usar na cidade. Mas é loucura pegar uma rodovia com isso aí, ainda carregada.


Na volta, já que ia me molhar mesmo então aproveitei pra fazer um caminho que não fazia alguns anos (Dez15, relato do trecho), para minha surpresa a estrada estava perfeita, foi toda recapeada, o trecho que era terra foi pavimentado. É uma região bem bonita, tem algumas edificações antigas bem conservadas, rota dos alambiques (para quem não sabe, Luiz Alves e a terra da cachaça).